Realizou-se hoje a prova final de Matemática do 9.º ano, depois de três anos de suspensão de provas finais no 3.º ciclo. Retomar a aplicação desta prova na matemática é salutar para os alunos e para as escolas, pelo que a SPM felicita a decisão. O sistema precisa de estímulos e este é um, entre os que se têm vindo a mostrar mais relevantes.
A avaliação externa tem, assim, um papel decisivo na melhoria da aprendizagem e do desenvolvimento de capacidades fundamentais no futuro dos jovens. É, pois, prudente considerar que a intencionalidade que existiu ao estabelecer estas provas promove em regra melhorias nos desempenhos dos alunos, objetivo nobre que todos pretendemos.
A Sociedade Portuguesa de Matemática gostaria de aproveitar esta ocasião para relembrar o impacto extremamente positivo que estas provas tiveram ao longo de 15 anos na promoção de um ensino de qualidade em Portugal. Entre outros fatores, foi certamente uma medida que muito contribuiu para os avanços observados ao longo dos anos e que são reconhecidos por todos, no plano nacional e internacional.
Relembra-se que os alunos que realizaram hoje esta prova final estiveram sujeitos a título experimental ao projeto de “Autonomia e Flexibilidade Curricular”. As escolas a que pertenciam, mesmo não se contando com um período de pandemia, já não eram obrigadas a cumprir os programas das disciplinas, sendo por isso desconhecido, até este momento, um diagnóstico sério do trabalho que foi efetivamente realizado com estes alunos no 3.º ciclo do Ensino Básico a nível nacional.
A estrutura da prova final de 9.º ano, que hoje se realizou, é semelhante à da prova de aferição do ano passado – é equilibrada, bem estruturada e faz uma boa cobertura dos conteúdos definidos nos documentos orientadores.
Relativamente aos anos anteriores, verificam-se três grandes diferenças. A primeira é a que os alunos podem utilizar a calculadora durante toda a prova, havendo, por isso, um único caderno; a segunda é a de que existem perguntas obrigatórias e perguntas de opção e a terceira é a introdução de mais do que uma questão de grau de dificuldade superior.
A prova tem um nível de complexidade adequado, havendo questões de todos os níveis de complexidade, o que dá, este ano, um maior equilíbrio à prova.
Na verdade, podemos afirmar que se observa um ligeiro aumento do grau de dificuldade geral pela introdução de três questões obrigatórias com nível de complexidade superior (questões 5., 6. e 7.), que correspondem a 21% da cotação global da prova. Recorda-se, a propósito, que em anos anteriores estes tipos de desempenhos eram subavaliados o que não se podia considerar correto já que fazem parte dos objetivos dos documentos curriculares de referência. Tem, por outro lado, questões de complexidade elementar (questões 1., 3.1, 4., 9., 10.,11.1, 12.,14. e 16.).
Fazendo uma análise mais pormenorizada, a prova não contém erros científicos, é constituída por dezoito itens, dos quais doze são obrigatórios e, dos seis restantes, o aluno resolve quatro, ou, no caso de resolver os seis, serão contabilizados unicamente os quatro que obtiverem melhor classificação, o que favorece a sua classificação final.
Salientamos que:
Esta prova, tendo o equilíbrio destacado espera-se que produza resultados que servirão como um indicador do nível de desempenho destes alunos no final do 3.º ciclo. E, naturalmente, o retrato a nível nacional da aprendizagem realizada que deverá permitir detetar o que há a recuperar.